O Psicopedagogo Escolar

É importante que todo profissional envolvido com o universo escolar compreenda o significado de “apreender” nas diversas abordagens da educação, considerando o espaço em que se consolida a formação desta criança ou adolescente. Em especial a criança com idade até os seis anos necessita de contato com as outras, além de segurança, atenção, proteção e afeto daquele que se propôs a cumprir com o papel de ser um agente facilitador nesta fase de desenvolvimento. Só através de um bom planejamento e organização do ambiente, isto é possível. Faz-se necessário reintegrar e readaptar o aluno no espaço lúdico, possibilitando o respeito às suas necessidades e ritmos.

Cada criança é única e deve ser vista assim na Educação Infantil, inserida em uma cultura e uma história de vida particular, prossegue na sua caminhada para aprender a ser humano, relacionando-se com novos ambientes e preparando-se para fazer-se cidadã. Neste sentido qualquer dificuldade de adaptação deve se apresentar como desafio para a Instituição de Ensino. O desenvolvimento da autonomia e maturidade deste aluno é fruto das ações destes agentes educacionais que servem como facilitadores neste processo aonde são compartilhadas propostas e estratégias de ensino, instrumentos pedagógicos eficazes que auxiliam a criança neste processo de aprendizagem.

A família, a escola, o educador são elementos fundamentais e não devem estar distantes desta jornada escolar, mas envolvidos diretamente na aquisição do conhecimento, atuando como pontes por onde as crianças podem transitar rumo ao progresso de seu desenvolvimento.

O agente chamado psicopedagogo institucional tem claro o seu papel neste cenário, tem como objetivo criar e fortalecer estas condições juntamente com os professores, para que a aprendizagem aconteça de fato, de maneira eficaz, prazerosa e significativa. Atuando, como mediador e facilitador, desenvolvendo um trabalho integrado professor-psicopedagogo-escola e objetivando melhorar a prática educativa.

O papel do psicopedagogo, dentro da escola, ainda é pouco conhecido, e gera distorção quanto à sua ação na Educação. Não é um “salvador” em situação confortável, mas um agente de transformação que orienta o educador e, nesse caso, o educador infantil nas suas diferentes modalidades funcionais: diretor, professor, monitor, e berçaristas, em sua atuação junto aos alunos. Nesta atuação o psicopedagogo revaloriza o papel dos educadores, criando condições para a tomada de consciência de sua identidade pessoal e profissional na ação pedagógica, e ao mesmo tempo cria sua Identidade profissional junto à sua equipe.

Atuar como Psicopedagogo é ampliar o conhecimento nos campos da psicologia e da pedagogia e com isso se tornar um agente transformador da escola, condição essencial para legitimar a sua ação junto com outros profissionais na solução dos problemas. Falar sobre psicopedagogia é necessariamente, falar sobre a articulação de vários saberes, pensamento que colabora para a formação de uma Identidade Profissional cada vez mais conceituada.

Escola é um espaço vital para a promoção de desenvolvimento, por isso é preciso construir uma prática voltada para a interlocução com outras áreas de conhecimento, articular com outras competências uma ética de transformação social. Cabe a este agente de mudanças pesquisar, intervir, planejar e promover a aprendizagem no contexto escolar que, obviamente, não se aparta do restante do ambiente que envolve o aluno.

O Psicopedagogo, nesse lugar, tem a condição de sair da desconfortável situação de bombeiro – onde sua ação se restringe a “apagar incêndios” – e contribuir na organização dos envolvidos com a escola, criar no coletivo novas pautas de compreensão da realidade e sugerir novas formas de avaliação dos processos que se desdobram no contexto escolar.

Portanto, esta atuação é um verdadeiro desafio, que instiga o próprio sujeito a superar suas próprias limitações em uma Instituição Educacional, possibilitando o posicionamento de uma identidade de trabalho tão pouco conhecida pela equipe. É na compreensão e clareza de sua atuação, que este profissional começa a promover mudanças necessárias para derrubar barreiras, que impedem a qualidade da educação e consequentemente o progresso da pessoa humana.