O pecado como um chamado para o Ser.

Originalmente a ideia de pecado era menos sobre uma culpa grave
A palavra pecado vem do latim peccatum: erro, desvio, falta, equívoco moral.
Alguns linguistas conectam peccare com a raiz indo-europeia ped- (pé), sugerindo algo como: “Tropeçar com o pé” → metaforicamente, tropeçar moralmente.

O Hebraico: ḥaṭṭā’ / חטא → errar o alvo
O Grego: hamartía / ἁμαρτία → errar o alvo, falhar.

Portanto pecado é errar o caminho, desviar-se do alvo.  Neste sentido chego a uma concepção que errar faz parte do caminho e reconhecer o erro é parte do desenvolvimento moral e espiritual. É uma jornada humana.

Afinal o despertar vem justamente quando percebemos o equívoco no caminho e a necessidade do acerto. Isso só é possível por si mesmo, pois inguém desperta quem já se julga desperto — e quem de nós está plenamente acordado?

A hora do despertar não é fácil para nossa consciência que eu chamo de persona mortal, somos apegados a este ego cheio de truques e mecanismos de defesa, pois evitamos o desconforto de nossas sombras. Tem pessoas que buscam apenas enxergar figuras de luzes e acham que isso é permanecer desperto. Permanecer acordado nesta existência exige sacrifício, até compreendermos a Verdade Interior (Self) reduzindo radicalmente a identificação com o sofrimento.

Não adianta resistir e permanecer se esforçando em não enxergar aquilo que te causa ódio, repulsa ou medo. Precisamos humildemente sair do controle, olhar para o tropeço ou ilusão, entregar nossa sombra para totalidade e aí sim ir despertando e crescendo na direção do autoconhecimento. E cada um deve fazer isso do seu jeito, seguindo O Caminho!

O momento em que todos nós não tropeçarmos mais nesta existência estaremos iluminados! Isso seria o equivalente a manifestação da Verdadeira Imagem ou o Ser Crítico nesta existência. (O Sagrado).

A conclusão que chego é que nós personas mortais precisamos permanecer acordados, trabalhando com atenção plena a cada minuto e a cada segundo num constante agora e num eterno vir a ser!