A ilusão do ponto de vista psicológico é uma distorção sensorial e da percepção da realidade, que é estimulado por qualquer fenômeno presente no ambiente. Pensando nisso, faço uma reflexão inicialmente não sobre o que é “normal” ou sobre a realidade convencional, mas sobre a realidade que surge na mente de cada um de nós. Vivemos eventualmente de alguma forma em ilusão, distorcemos a realidade através de situações ou fenômenos que se apresentam. O delírio, diferente da ilusão já é quando julgamos saber, mas também de forma distorcida os acontecimentos de fato. A pessoa tem ideias de grandeza, perseguição, ciúmes, entre outros delírios, assim ultiliza sua própria lógica para negar ou afimar a qualidade ou percepção de um fato. Para aqueles que sofrem com frequentes episódios, seja de ilusões ou delírios, podem sim demonstrar algum grau de uma doença mental. A diferença esta no nível de sofrimento da pessoa, para daí considerarmos como um prejuízo para o desenvolvimento saudável deste indivíduo.
A ilusão também pode estar relacionada a outros conceitos que algumas religiões orientais trazem, atribuído como algo falso e transitório na vida da pessoa, já que existe uma Verdade permanente e transformadora. Entretanto a visão distorcida do homem o torna mundano demais e apegado por questões perenes de sua vida, sem uma conexão com a Verdade, e a isso se diz que o homem vive em ilusão, ou não desperto.
Mas apesar de todos os conceitos sobre a ilusão, ainda fica a questão. De que realidade ou verdade falamos então? De uma realidade comum a espécie que talvez possa gerar o menor transtorno possível ao indivíduo, ou daquela que favorece a iluminação espiritual e evolução da consciência?
Para o convencionamos como “normal” são exatamente as duas, mas existe uma que persiste e é justamente esta que me interessa. É aquela que surge da subjetividade humana ou particularidade de cada um. Realidade para uns não é realidade para outros e é justamente sobre isso que tenho curiosidade. Existe uma dimensão própria e genuína de cada ser humano, e a forma de compreender o que o outro experimenta nesta vida, só é alcançado com uma conexão empática e contato com esta dimensão do outro.
O estado de equilíbrio ou de felicidade não é algo que possa ser considerado como status quo. Mas talvez um dos desafios ou busca que a pessoa humana mantém em toda sua vida. Neste sentido vivemos num processo de aprendizagem e oscilação constante na busca pelo equilíbrio ou autoconhecimento. Somos provocados por fatos e pessoas, e nos falta conexão com a realidade do outro ou mesmo com a situação de fato. De alguma forma a relação saudável é ressignificar uma realidade que tenha uma relação real comigo, mas também com o outro.
E é neste sentido que os fenômenos de nosso dia dia nos coloca em testes para o aprofundamento do trabalho que precisamos fazer. Um trabalho de esclarecimento sobre nosso mundo externo e interno. Cabe a nós se conectar com a realidade das coisas, mas também com a de si mesmo, considerando que nada sabemos sobre tudo que acontece ao nosso redor, pois a vida é um eterno vir a ser.